Enem 2021: listamos 7 obras literárias que vão te ajudar na redação. Confira!

Enem 2021: listamos 7 obras literárias que vão te ajudar na redação. Confira!

Embora não exista uma lista de livros obrigatórios, a leitura é um fator imprescindível durante o processo de preparação para o Enem. Ao ler obras importantes, o estudante adquire um repertório cultural mais amplo para responder as questões da prova que abrangem diferentes áreas do conhecimento, além de se preparar para a redação.


Na hora de analisar os livros é importante ficar atento aos seguintes aspectos: fase literária, linguagem utilizada pelo autor e contexto.

O Dicas Diárias de Português selecionou 7 livros que te ajudarão a ampliar o conhecimento sobre temas relevantes e com isso obter o resultado tão almejado na prova!

Aproveite e boa sorte!

1- Vidas Secas (Graciliano Ramos)

A obra-prima de Graciliano Ramos retrata o drama de uma família de migrantes nordestinos lutando para sobreviver em meio à seca. Fabiano, a mulher Sinhá Vitória, os dois filhos (menino mais velho e menino mais novo), a cachorra Baleia e o papagaio são os personagens dessa história narrada em terceira pessoa.

Uma das principais características da narrativa é a falta de diálogo entre os integrantes da família, sem o mínimo de instrução escolar, eles não conseguem sequer falar sobre caos em que vivem.  Os personagens passam toda a narrativa em situação de miséria, desprovidos do mínimo de dignidade humana. O livro, dividido em 13 capítulos, não segue uma linearidade, predomina o tempo psicológico, e caracteriza-se como uma profunda crítica social.

2- Dom Casmurro (Machado de Assis)

O romance foi publicado em 1899 e faz parte da trilogia brilhante do Realismo, junto com Memórias Póstumas de Brás cubas e Quincas Borba.

O romance gira em torno de Bento Santiago, personagem que decide rememorar sua própria história desde a infância. O ponto alto da narrativa é a relação de amor entre Bentinho e sua vizinha Capitu. Os dois se casam e têm um filho. Após o nascimento da criança, Bentinho vê semelhanças entre a fisionomia do filho e de seu grande amigo Escobar, acreditando assim que foi traído pela mulher.


Machado de Assis deixa o leitor sem saber se realmente houve o adultério ou apenas um delírio do ciúme doentio do personagem.

3- O cortiço (Aluísio de Azevedo)

Escrito por Aluísio de Azevedo, o livro “O Cortiço” configura-se como uma das principais obras do Naturalismo. A obra narra a história de João Romão, português ambicioso, dono do cortiço, cenário da narrativa. Os moradores do cortiço também ganham destaque e são retratados. Narrado em terceira pessoa, o livro contém 23 capítulos. O tempo da narrativa é linear (começo, meio e fim).

4- Grande Sertão: Veredas

Considerado um dos mais valiosos livros da literatura brasileira “Grande Sertão: Veredas” foi publicado em 1956 e faz parte do movimento modernista. Em Grande Sertão, o personagem Riobaldo, ex-jagunço, conta a história de sua vida a um interlocutor. Escrito em primeira pessoa, o romance expõe muitas reflexões filosóficas acerca da existência humana, questionamentos sobre escolhas, transformações, decepções entre outros.

 No livro, destaca-se a linguagem do sertanejo de Minas Gerais, a narrativa é marcada pelo regionalismo da segunda fase do modernismo brasileiro.

5- Macunaíma (Mário de Andrade)

Publicado em 1928 e considerado um dos romances mais importantes do modernismo brasileiro, o livro “Macunaíma” tem como traço marcante a valorização da cultura nacional.
O personagem principal da história é um anti-herói chamado Macunaíma, preguiçoso e sem nenhum caráter.


Macunaíma é um índio cheio de defeitos que nasce em uma tribo, na selva amazônica, onde passa toda a infância. Na juventude, encanta-se pela índia Ci, tem um filho com ela. Entretanto, mãe e filho morrem. Antes de morrer, Ci entrega para Macunaíma um amuleto da sorte, a pedra muiraquitã. Mas o anti-herói acaba perdendo o amuleto, com o propósito de recuperar a pedra ele parte para São Paulo, onde vivencia algumas aventuras.

Mário de Andrade utiliza elementos mitológicos e folclóricos, além de construir uma linguagem literária mais popular com influência de várias regiões do país.
Na história, o personagem Macunaíma representa o povo brasileiro imaturo e sem um caráter definido, revelando aí uma crítica ao comportamento do brasileiro.

6- A hora da estrela (Clarice Lispector)

Último romance da escritora Clarice Lispector, “A hora da estrela” foi publicado em 1977.  O livro conta a história de Macabéa, jovem nordestina órfã, que é apresentada como uma pessoa tímida, ignorante e feia. Macabéa vai morar no Rio de Janeiro onde consegue um trabalho de datilógrafa, e divide um quarto de pensão com três moças. Sua grande distração é ouvir rádio relógio. Ao sair de uma consulta na cartomante, Macabéa é atropelada por uma Mercedes Benz e vive sua “hora da estrela”, o momento da morte, o único momento de “grandeza” que experimentou na vida.


A história é narrada por Rodrigo S.M (narrador/personagem). A principal característica da obra é a análise psicológica da personagem, revelando conflitos existenciais.

7. O povo brasileiro (Darcy Ribeiro)

Na obra “O povo brasileiro”, o antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) faz uma análise sobre a formação do povo brasileiro. O autor aponta três matrizes étnicas como formadoras do povo brasileiro: o colonizador branco, os índios e negros africanos. Ele detalha as características dessas matrizes, além de destacar o processo violento do qual se originou o povo brasileiro.